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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Elogio a breve persistência da memória coletiva da ideia do que não é, por Therence Santiago

Passa o tempo e o que percebo cada vez mais é a lógica perversa que tange a nossa existência aqui, talvez a influencia da escolha pela leitura dos pós – modernos exerçam esse efeito em mim, enfim, a questão é que na matemática negativa da vida, sempre estamos perdendo; perdemos sensações, amores, sabores, cheiros, pessoas, perdemos constantemente sorrisos!!


 Realmente devam existir outras vidas em outros planos espirituais, pois, com certeza aqui - com raros momentos de exceção - é a materialização do inferno! O mais engraçado e engenhoso de tudo isso, é que sempre criamos justificativas e intenções atreladas a amenizar a dialética de tristezas que transitam pelas ruas da vida. Essa época do ano, por exemplo, fala-se de espírito natalino e de um novo ano, o mais engraçado é que entra janeiro e a rotina do cotidiano repleto de estranhamentos voltam com força, óbvio se manifestando em situações e circunstancias diferentes, no entanto, o enredo sempre é o mesmo! Com certeza estamos vivendo tempos difíceis, não que em outras épocas isso não tenha acontecido, o problema é que o labirinto está cada vez maior!



Sem remédio


Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!!

Florbela Espanca




2 comentários:

  1. "Essa época do ano, por exemplo, fala-se de espírito natalino e de um novo ano, o mais engraçado é que entra janeiro e a rotina do cotidiano repleto de estranhamentos voltam com força, óbvio se manifestando em situações e circunstancias diferentes, no entanto, o enredo sempre é o mesmo! Com certeza estamos vivendo tempos difíceis, não que em outras épocas isso não tenha acontecido, o problema é que o labirinto está cada vez maior!"

    Caro professor!!
    Ao versar sobre essas problemáticas do nosso cotidiano,fico pensando.. Será que estamos em um mundo sem sentido e desnorteado?

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  2. Caro professor.
    Você vende mapas e bússolas?

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