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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Re - Inventado Espaços 20, por Therence Santiago




Ontem foi um domingo bem legal, futebol e churrasco. Em Ermelino Matarazzo rolou o futebol, e no Limoeiro o churrasco, estava cercado de amigos, bebendo e me divertindo. Ali, todo mundo sendo o que realmente é - esse dia me marcou porque a caminho do Limoeiro pode ver coisas que me lembraram a minha infância, a molecada jogando bola na rua, pessoas sentadas na porta de suas humildes casas vendo outras pessoas passarem, crianças brincando com que têm - felizes e verdadeiras (pipas e mais pipas no céu), aquela típica confusão gostosa de um domingo no Lado leste. Tudo isso me fez lembrar de onde eu realmente venho, hoje sou um Professor Universitário (não que isso queira dizer muita coisa rsrss), tenho o titulo de Mestre e provavelmente ano que vem começarei o Doutorado, estudo compenetradamente e intensamente arte, história, filosofia, sociologia, antropologia, literatura, entre outras coisas, no entanto, ontem, senti uma antiga sensação de felicidade que há muito tempo não sentia, a felicidade da alegria de viver, sem necessidade de etiquetas ou rasas e superficiais conversas sofisticadas, simplesmente a idéia de um dia de sol, e a possibilidade de vivenciar a simplitude maravilhosa da complexa arte de viver. Não quero fazer aqui uma apologia a periferia ou algo do tipo, pois sei que lá como todos dizem o bicho pega de verdade, mas ontem, um simples e lindo domingo, existia um quadro em movimento sendo pintado em tempo real pelas pessoas em sua autodidata sabedoria em viver. Lembrei-me de quando nessa época de Natal ficava feliz em ganhar um presente qualquer, não importava o valor, tamanho ou sofisticação, o que importava era abrir um pacote de presente. Lembrei-me de como ficava feliz em dias de Domingo, quando meu querido irmão Marco vinha me buscar para jogar futebol, lembrei - me de quando aconteciam as festas na vila onde morava, e todo mundo da família estava lá, falando alto, comendo bastante e rindo muito, como sinto falta dessas coisas hoje, tudo era muito mais simples, enfim, todas as lembranças da minha humilde e intensa infância vieram ontem, naquele lindo e ensolarado dia de Domingo.






Em tempos; e entre tantos contratempos, mesmo assim, quando tem sol, sempre é um lindo dia de Domingo no lado leste.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

                                                     Tela - Jackson Pollock

                                            Tela - Conflitos em várias cores - Therence Santiago

Assisti esse domingo o Filme Pollock, vídeografia de um dos maiores Pintores do século XX, confesso que não consegui tirar esse filme da cabeça. A vida de Pollock como a de tantos outros gênios da pintura foi extremamente conflitante, ao ponto de chegar a tragédia. Mas, o que me chamou a atenção mesmo foi justamente a maneira dele ver o mundo, fantástico. Suas definições de arte moderna são intensas e altamente plausíveis no sentido estético da palavra. Vendo esse filme e juntando com tudo que já li sobre Pollock, percebo que meu raciocínio atrelado aos intermináveis conflitos que a condição humana apresenta possui certos fundamentos. Não por acaso Jackson Pollock e Kandinski serem minhas maiores influências nessa nova empreitada artística que me submeto. Minha arte retrata o que existe de pior e melhor dentro de mim, explosões continuas de sensações, cores e mais cores sobrepostas de diversas maneiras.




"Quando estou a pintar não tenho consciência do que faço. Só depois de uma espécie de 'período de familiarização' é que vejo o que estive a fazer". (Pollock)

publicado no Inverno de 1947-48 no jornal americano "Possibilities"

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Re - Inventado Espaços 19, por Therence Santiago



Simples assim; a arte hoje volta e me tomar, sinto tanto que acho que vou de fato explodir, mas isso é bom, são meus anjos e demônios querendo sair. Nesse eterno e acíclico exercício existencial me ponho à permissão, permito-me sempre um pouco mais de tudo, o copo deve estar sempre intensamente transbordando - amor, ódio, prazer, dor, alegria, tristeza,  amor. Nesse passo meu compasso é marcado ao som do mais puro e furioso Rock and Roll!!!



Elogio ao Delírio (Therence Santiago)

A musica expande / horizontes se abrem ao som da guitarra / é o solo entrando na alma / a musica que toca / toca a pele quente / explode na rima / o desejo secreto de imersão / os sentidos brindam uma outra idade / é o som tocando na vitrola / rock and roll, baby / em alto e bom tom / um pouco de delírio regado a imaginação / a melodia entra pelos pólos / bem e mal se condensam / são as cifras e sinos da aurora tocando / simplesmente liberdade / poesia reverberando....




"O prazer é o primeiro dos bens. É a ausência de dor no corpo e de inquietação na alma".
Autor: Epicuro

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 18, por Therence Santiago


Isso que está acontecendo no Rio me faz pensar sobre uma idéia apresentada semanas atrás em uma peça no Galpão dos Folias - chamada palhaços. A peça basicamente trata da existência humana e suas intermináveis intempéries. Confesso que me perturbou profundamente assistir a invasão da policia na Vila da Penha e os traficantes esperando a entrada da mesma para o combate, tal fato me deixou muito triste, me fez chorar e pensar sobre a questão da existência humana. O tempo cada vez está mais rápido, a pressa do cotidiano invade tudo, as sensações estão flutuantes e incompreensíveis nas sociedades do espetáculo, o mundo realmente parece ter virado de cabeça para baixo, pessoas morrem de bala perdida - dentro de casa, voltando do trabalho ou da escola, enfim, simplesmente morrem. Penso aqui no alto da minha infinda ignorância - qual é a real razão de tudo isso? Do que é feito o ser humano hoje? O que compõem o imaginário coletivo de todos? Será que  entendemos realmente o verdadeiro significado de algumas palavras como; amor, ódio, paz, guerra, esperança, solidariedade, egoísmo, ganância, doação, violência, amor?
É algo a se pensar, entendo que precisamos de uma alfabetização, não somente das letras, mas sim, da alma....



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 17, por Therence Santiago



...Simples assim; a música toma conta, sinto tanto que não caibo em mim, penso em poemas, em tons, em sensações, em explosões intermináveis de possibilidades. Penso em um grande quadro intenso, um Pollock expandindo, provocando uma sede insaciável, algo amargamente doce que vem me consumindo, uma sede de arte me invade, uma vontade de cheiros de Afrodite em todas as partes. De fato, ando tão a flor da pele, que acho que vou enlouquecer...



“O homem nasceu para o prazer: ele sente-o e não precisa de mais provas. Ele segue assim a razão, entregando-se ao prazer”.

Autor: Pascal , Blaise

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 16, por Therence Santiago


Essa madrugada assisti um filme nacional bem legal chamado Estomago. A história se passa em São Paulo, consiste na vinda para cá de um nordestino cozinheiro que sem ter onde morar acaba aceitando um emprego em um boteco sujo, suas coxinhas e seus pasteis fazem o maior sucesso, até que um italiano dono de um restaurante bem legal resolve contratá-lo e ensinar-lhe a arte de cozinhar. Nesse meio tempo Nonato (esse era o nome do protagonista) conhece uma garota de programa e se apaixona por ela, os dois desenvolvem um relacionamento intenso e complicado. Nonato tomado pelo amor a sua garota de programa propõem casamento a mesma. Véspera de casamento, Nonato pega sua futura esposa fazendo um programa no restaurante do seu grande mentor culinário, tal fato desnorteia o protagonista, no entanto, o fato principal que desencadeia a razão de toda trama atrela-se ao fato de Nonato presenciar um beijo entre sua futura esposa e seu amante, isso para Nonato foi pior que tudo, pois, sua noiva lhe dissera que não beijava nenhum cliente. Tomado de uma fúria incontrolável, Nonato pega na cozinha uma faca e mata os dois.

A questão que mais me chamou atenção é como algumas coisas aparentemente pequenas para algumas pessoas têm importância extrema para outras, segundo Michel Mafessoli, vivemos nas sociedades dos signos, dos símbolos, junto com isso, as questões agregadas a esses dois fatores tem importâncias impares nas vidas das pessoas. Penso que na realidade não é o que se faz, mas sim, como se faz, pois, algumas questões simbólicas têm o peso do mundo em si, possuem a força de destruírem tudo, inclusive a capacidade de pensar e agir de maneira racional, fato esse bem explorado no filme citado acima.

O filme se passa em boa parte na cadeia, lugar onde vai parar nosso protagonista, dentro dela o enredo se desenvolve, contando a trajetória de Nonato até aquele momento, ele aprisionado, por conta de um amor enlouquecido percebe a importante relação simbólica entre o alimentar e os poderes simbólicos pertinentes a tal arte. De fato, as relações de forças entre as questões simbólicas e o imaginário das pessoas movem o mundo, para o bem ou para o mal, ou segundo Nietzsche, para além do bem e do mal...
“Nos tempos que correm a maior parte das pessoas morrem de uma espécie de bom senso servil e descobrem demasiado tarde que não existem mais do que irremediáveis erros”. (Wilde, Oscar)



 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Re - Inventando Espaços 16, por Therence Santiago


O final de semana passado foi bem intenso, festa, teatro, festa, cinema (e outras coisinhas mais rsrsrsrs). Assisti com a minha vermelha e linda namorada uma peça no qual o texto é uma adaptação do fantástico e revoltado Marquês de Sade. Justine era o nome da peça (esse espetáculo está em cartaz no espaço Satyros 2). Tal espectáculo trata da questão da natureza humana e como em determinados momentos (no texto da peça quase todos) bem e mal são as mesmas coisas, e que existe uma relação de certa forma harmônica e de dependência entre um e outro (no entanto no fim o mal sempre vence, mas isso, discutiremos depois).

Fomos a duas festas distintas, porem, bem legais, pessoas diferentes, com formações diferentes, no entanto, todas muito inspiradas no quesito diversão, bem legal. Dançamos ao som de Tim Maia, Amy, Cazuza, The Doors em uma festa, e Gretchem(nem sei se é assim que se escreve rsrsr), música pop dos anos 80 a Funk (que ninguém saiba disso rsrsrs, mas isso foi efeito do álcool que por sinal não foi pouco rsrsrs) na outra. Por fim no Domingo assistimos a um filme nacional bem triste, o filme chama-se Como Esquecer com a Ana Paulo Arósio no papel da protagonista (uma professora Universitária que é abandonada pelo seu grande amor) confesso que o roteiro desse filme é bem interessante, e de certa forma me perturbou bastante. Engraçado como meio que sem querer a peça de teatro na sexta e o filme no domingo trataram cada um de sua maneira e com estéticas bem diferentes sobre a mesma coisa, e no meio de tudo isso (entre um e outro) rolou muita frenesi, êxtase e intensidade.

Como a vida é realmente plural, em um único final de semana uma miscelânea de sensações. Não sei se isso é bom ou ruim, prefiro não pensar muito nisso, prefiro transitar (seguindo um conselho da minha namorada) no meio, sempre no meio, pois, segundo Foucault ‘tudo acontece no meio’.

Em tempo; a ideia de Foucault sobre a importância do meio não está relacionada a ideia de metade, está de fato atrelada a ideia de processo, movimento, o meio é o que dá sentido, pois, constrói ou Dês - constrói a razão do começo e do fim...





 


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 15, por Therence Santiago


Suave Embriagues
(Therence Santiago)

Público aos poucos / pedaços poucos / cheios de mim / Escrevo os anseios tortos / fragmentos roucos / vozes de meus desejos / Pratico a antropofagia / sem muita alegria / corro em busca de abrigo / no olhar sedutor do meu inimigo / Transito em linhas tênues de quimeras transparentes abastecidas de absinto / Bêbedo / sou reflexo desbotado do meu eu / escultura cubista / metáfora incompreendida / escondida.

"Um homem deve ter pelo menos dois vícios. Um só é demasiado".
Autor: Brecht , Bertolt



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Re - Inventado Espaços 14.2, por Therence Santiago


Simples assim; uma mesa de bar, pessoas felizes, coisas rápidas e coloridas, entre um gole e outro o infinito imagético se manifesta, palavras desencontradas de assuntos diversos, vem a comida e todos se interessam pelo cheiro, muito bom, esse foi o sábado passado, Viannas Bar (acho que é assim que se escreve rsrs). É impressionante como pequenas coisas se tornam mágicas (é claro, isso depende de quem está te acompanhando rsrsr, a mim - me cabe um lindo anjo vermelho rsrs). Comemoravam-se os dois anos de um blog legal pra caramba que conheci a pouco, 3 X 30, tal blog me possibilitou uma noite super agradável. Uma gostosa omelete de queijo me serviu como estimulante do meu pecado capital predileto – a Gula! Sim, estou me re-acostumando aos ligeiros, intensos e sempre necessários prazeres da carne rsrs. Viva a Cidade de São Paulo!

“O homem nasceu para o prazer: ele sente-o e não precisa de mais provas. Ele segue assim a razão, entregando-se ao prazer”.
Autor: Pascal , Blaise

“Se perdi os meus dias na volúpia, ah! devolvei-los a mim, grandes deuses para que eu volte a perdê-los”.
Fonte: "A Arte de ter Prazer"
Autor: Mettrie , J.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Re - Inventado Espaços 14, por Therence Santiago


Confesso que estou cansado de escrever sobre coisas complexas, escreverei agora somente sobre as coisas simples da vida. Quero dar outra cara para a minha escrita, vou falar do cotidiano e de seus eternos conflitos, acertos e contradições. Esse final de semana, por exemplo, foi bem intenso rsrs, teatro, cinema, barzinho, (e outras coisinhas mais rsrsr), é impressionante perceber a cidade, realmente São Paulo é uma imensa Babel, e se a percepção está aflorada  e os olhos atentos – pode-se ver de tudo, da mais engraçada bebedeira, a mais intensa sensação de comoção. Estou em fases de sensações, tentando resgatar o que sempre fez parte de mim, a poesia, viva, latente, potente e descontrolada. Nesse exercício assíduo existencial quero me jogar nas possibilidades, quebrei os gessos que me amarravam nas prisões mentais que me condicionaram, estou engajado em um projeto sensitivo – Re- Inventando Espaços e Ouvindo os Sons do Mundo. A vida nos mostra toda hora suas possibilidades, temos o céu e o inferno no mesmo metro quadrado. E é isso que a torna mágica, sua capacidade de adaptação e renovação. Teatros, Cinemas, Bares, Beijos, Pele arrepiada, Suores escorrendo nos Corpos Quentes, Saliva se misturando, Sonhos se encontrando e desencontrando, e outras tantas - coisas, isso tudo faz da possibilidade humana de produzir vida algo intenso e de certa forma cotidiano, fantástico, humano!!!  

"Os vícios de outrora são os costumes de hoje".
Fonte: "Epístolas"
Autor: Séneca

obs: que Deus salve os vícios...


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Re - Inventado Espaços 13, por Therence Santiago


Uma Reflexão Rápida; penso que os tempos atuais está repleto de dilemas, por exemplo, as pessoas sempre buscam a felicidade, no entanto, não sabem onde procurar, sempre querem dar sentido as coisas, no entanto, não sabem o que realmente é o sentido, querem prazeres intensos e continuos, no entanto, poucas conseguem de fato trabalhar suas percepções e sensibilidades. Tenho uma singela sugestão para isso – POESIA, simples, núa e crua, sempre POESIA, de verdade, inteira e vermelha.


Expansão (Therence Santiago)

Na cama o corpo estende
Alonga na imensidão dos sentidos
Expandi na pele branca o arrepio
Brilha a imersão no vermelho
Pinta a tela azul de cabelo
E os lábios encontram a junção
Sexo, amor, imaginação
È a toca do coelho se multiplicando
Música alta tocando
Ao som do mais insinuante Tango
As linguas afoitas vão se encontrando
Falando a mesma coisa,
Sensação, sensação, sensação....


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Re - Inventando Espaços 12 por Therence Santiago

Noites de Babel

Ando pensando muito ultimamente nos espaços e seus potenciais sentidos. Percebo, no entanto, que muitos deles não são compreendidos ou são dês – configurados esteticamente e conceitualmente. Venho frequentando alguns bares nos últimos tempos, observando muito as pessoas, é impressionante o tanto de coisas interessantes que podemos encontrar em tais lugares, o que mais me chama a atenção é a relação das pessoas com o álcool, como todos precisam de certa forma de se libertar das amarras conceituais e comportamentais, daí talvez a necessidade da bebida, não acho isso errado, pelo contrário, a ideia deve ser mesmo permissão, o problema que vejo na realidade não está no consumo, mas sim na maneira como se consome - não no sentido quantitativo e sim no sentido atrelado as sensibilidades, o álcool deve ser um estimulante no processo e não seu fim, pois, do contrário se tem mais anestesias do que sinestesias. Seguindo o raciocínio, percebo também o surgimento de diversas paixões em tais ambientes, amores eternos que dura uma noite, um beijo, uma pegada de jeito, em fim, breves e intensos momentos, os quais estão repletos de promiscuidades (no sentido legal da palavra). Essa é a questão, como se mensura a intensidade? Como se sabe sobre o amor? Como se entende as pessoas? Uma das coisas mais legais da pós – modernidade está relacionada às diversas possibilidades sensitivas que temos, no entanto, poucas pessoas realmente experimentam a capacidade hiperealizada de sentir de verdade, buscam breves prazeres, os quais quase sempre estão desprovidos de intensidade, de forma e permissão, simples fugas do tédio que as consomem. Existe poesia em tudo, basta só trabalhar a pele e a visão para isso, essa é a ideia, sensação, nem que seja barata, profana ou depravada, o que importa é sentir de verdade.



Juras secreta 18
Artur Gomes


te beijo vestida de nua
somente a lua te espelha
nesta lagoa vermelha
porto alegre caís do porto
barcos navios no teu corpo
peixes brincam no teu cio
nus teus seios minhas mãos


e as rendas íntimas que vestias
sobre os teus pêlos ficção
todos os laços dos tecidos
e aquela cor do teu vestido
a pura pele agora é roupa
e o baton da tua boca
e o sabor da tua língua
tudo antes só promessa
agora hóstia entre os meus dentes
para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado


se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa





domingo, 3 de outubro de 2010

Re - Inventando Espaços 11, por Therence Santiago



Elogio ao sonho de Alice

Hoje assisti Alice no País das Maravilhas, genial, me aquece a ideia de queda dentro de uma toca da imaginação. Estou estudando atualmente artes plásticas, e o abstracionismo está me possibilitando viagens fantásticas dentro da minha imaginação e sensibilidade, estou seguindo o coelho e me teleportando com o gato, meu louco chapeleiro me mostra que a verdadeira forma de viajar está dentro de nós e que é muito tênue a linha que separa o sonho maravilhoso do pesadelo mais terrivel. Dentro das descobertas que podemos fazer em nossos diversos mundos, a mais fantástica creio eu, atrela-se a construção e/ou des – construção das amarras mentais que nos preendem. A hiper – realização do chamado mundo real pode ser encarada de maneira criativa e mais colorida, (que os filosofos pós – estruturalista me perdoem), o fato é -  o abstracionismo está me seduzindo de tal maneira que sinto diversos mundos dentro de mim querendo explodir, minhas telas estão sendo o canal para isso, sendo assim, ofereço um brinde ao que realmente nos torna humanos – a capacidade de sairmos da superficie das vontades rápidas e a violenta queda vertiginosamente apaixonante pela toca do coelho!!!

"A arte serve a beleza, e a beleza é a felicidade de possuir uma forma, e a forma é a chave orgânica da existência; tudo o que vive deve possuir uma forma para poder existir, e, portanto, a arte, mesmo a trágica, conta a felicidade da existência".

Fonte: "Doutor Jivago"
Autor: Pasternak , Boris



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Re - Inventando Espaços 10, por Therence Santiago




A vida é bem interessante, outro dia conversando sobre viagem com uma pessoa especial, me veio uma idéia na cabeça atrelada a essa questão, penso que, viajar não quer necessariamente dizer que preciso estar fisicamente em outros lugares, nossa imaginação tem a capacidade de transportar - nos para outros tantos lugares o quanto quisermos, por exemplo, estou trabalhando em um lugar hoje bem distante da minha casa, nos caminhos que escolho para ir ao trabalho, percebo do banco da minha moto que posso viajar literalmente e mentalmente dentro da minha própria cidade - posso metaforicamente viajar sem parar, basta apenas ter minha percepção aguçada, por exemplo, posso viajar - admirando uma linda praça, os olhos das crianças querendo os doces, a gota de chuva tocando minha pele, o vento entrando pela viseira do meu capacete, viajar vendo e ouvindo os sons e gestos das pessoas, observando à arquitetura metamórfica da cidade, admirando as cores do cotidiano, sentindo a pele se arrepiando por um simples beijo no pescoço, em fim, a mente que nos leva para onde quisermos, sempre....posso ter um Universo dentro de mim ...em cima da minha moto sempre consigo viajar....a estrada está dentro de nós...

Highway To Hell
AC/DC
Composição: Angus Young / Bon Scott


Autoestrada Para o Inferno
Vivendo fácil, vivendo livre
Em rumo a uma estrada de mão única
Sem perguntas, me deixe viver


Pegando tudo em meu caminho
Não preciso de razão, não preciso de ritmo
Não tem nada que possa fazer
Partindo, é hora da festa
Meus amigos também vão estar lá


Estou na autoestrada para o inferno
Autoestrada para o inferno
Autoestrada para o inferno
Estou na autoestrada para o inferno


Sem sinais de "pare", sem limites de velocidade
Ninguém vai me fazer reduzir a velocidade
Como uma roda, vou girar
Ninguém vai se meter comigo


Ei Satanás! Paguei minhas dívidas
Tocando em uma banda de rock n' roll
Ei mamãe, olhe para mim
Estou no meu caminho para a terra prometida


Estou na autoestrada para o inferno
Autoestrada para o inferno
Estou na autoestrada para o inferno
Autoestrada para o inferno

Não me pare!
Eu estou na autoestrada para o inferno
Eu estou na autoestrada
Eu estou na (autoestrada para o inferno)


Eu estou na autoestrada para o inferno (autoestrada para o inferno)
Yeah, eu estou descendo de qualquer modo
Estou na auto-estrada para o inferno

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Re - Inventado Espaços 09, por Therence Santiago





Overkill
Men At Work
Composição: Collin Hay

Exagero

Não consigo pegar no sono
Eu penso nas implicações
De mergulhar tão fundo
E possivelmente as complicações

Especialmente à noite
Eu me preocupo com situações que
Eu sei que ficarão tudo bem
Talvez seja apenas imaginação

Dia após dia reaparece
Noite após noite a batida do meu coração demonstra o medo
Fantasmas aparecem e somem
Sozinho entre os lençóis
Somente traz irritação
É hora de caminhar nas ruas
Sentir o cheiro do desespero

Pelo menos há luzes bonitas
E embora haja pouca variação
Ela livra a noite
Do exagero

Dia após dia reaparece
Noite após noite a batida do meu coração demonstra o medo
Fantasmas aparecem e somem
Voltam outro dia

Não consigo pegar no sono
Eu penso nas implicações
De mergulhar tão fundo
E possivelmente as complicações

Especialmente à noite
Eu me preocupo com situações que
Eu sei que ficarão tudo bem
É apenas exagero

Dia após dia reaparece
Noite após noite a batida do meu coração demonstra o medo
Fantasmas aparecem e somem





Pois é, preciso dormir um pouco...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Re - Inventando Espaços VIII, por Therence Santiago

Ando a procura dos sons do mundo, dos cheiros da vida, das cores das imagens do cotidiano, e sempre esbarro no exagero, no confuso, no hiper - real, estamos em épocas de Dionísio, não no sentido sensível da palavra, mas sim no sentido intenso e louco da mesma, hoje tudo e muito rápido, incluindo as sensações e os sonhos. Percebo o mundo como um grande supermercado on-line, compra-se tudo sem de fato se saber como é realmente. Estamos na era coisa, coisificamos tudo, inclusive nossa capacidade de sentir, pensar e agir. No mundo digital tudo é flutuante e atemporal, as ‘coisas’ não estão em nenhum lugar e em todos ao mesmo tempo. Vivemos na sociedade da potência, penso que nunca as ‘coisas’ estiveram tão sobre postas como hoje, tão descartáveis, compra-se de tudo - amor, ódio, paixão, desgosto, sexo, etc. podemos chamar tais fenômenos de cubismos pós –modernos.  A textura predominante é sintética, colada, uma espécie de pele fabricada - são como escudos para proteger o ser humano, de seu lado humano, estamos embriagados de digitalidade, a grande rede nos promove um Universo todo de possibilidades a – sensoriais hiper – sensíveis,  pelo menos no sentido concreto da palavra. Não que isso seja ruim, não encaro dessa forma, mas uma coisa é certa, assim o é, tudo descartável, seria uma espécie de entendimento ao avesso da idéia do poeta de ‘que seja eterno enquanto dure’, pois é, vivemos hoje repletos de velozes eternidades!.

Sweet Dreams, by Marilyn Maison
Doces Sonhos (São Feitos Disso)

Doces sonhos são feitos disso,


Quem sou eu para discordar?
Eu viajo pelo mundo e pelos sete mares,
Todo mundo está procurando alguma coisa...
Alguns deles querem te usar,
Alguns deles querem ser usados por você.
Alguns deles querem abusar de você,
Alguns deles querem ser abusados...


Doces sonhos são feitos disso,
Quem sou eu para discordar?
Eu viajo pelo mundo e pelos sete mares,
Todo mundo está procurando alguma coisa...
Alguns deles querem te usar,
Alguns deles querem ser usados por você.
Alguns deles querem abusar de você,
Alguns deles querem ser abusados...


Eu quero usar você e abusar de você
Eu quero saber o que está dentro de você
Conserve sua cabeça erguida, seguindo em frente,
Mantenha sua cabeça erguida, seguindo em frente,
Conserve sua cabeça erguida, seguindo em frente,
Mantenha sua cabeça erguida, seguindo em frente
Conserve sua cabeça erguida, seguindo em frente,
Mantenha sua cabeça erguida, seguindo em frente
seguindo em frente!


Doces sonhos são feitos disso,
Quem sou eu para discordar?
Eu viajo pelo mundo e pelos sete mares,
Todo mundo está procurando alguma coisa...
Alguns deles querem te usar,
Alguns deles querem ser usados por você.
Alguns deles querem abusar de você,
Alguns deles querem ser abusados...


Eu vou usar você e abusar de você
Eu vou saber o que está dentro
Vou usar você e abusar de você
Eu vou saber o que está dentro de você


domingo, 19 de setembro de 2010

Re - Inventando Espaços VII, por Therence Santiago

Acredito nas flores que estão no quadro (Therence Santiago)

As cores na tela
Sem pressa a tinta se mistura
É a pintura surgindo
No lado quente da mente

Os tons se condensando
Dispara a batida do coração
No tempo certo do pincel
A abstrata confecção

O coração cansado tenta
Uma sobre vida
Na difícil lida
Das inúmeras sensações

Existe um universo dentro de mim
Não caibo dentro do que sinto
E se minto é porque quero a verdade
A verdade do que me arrepia

Vivo em constante necessidade
De sentir a pele se aquecendo
sentir a lingua batendo
Na potência da vontade

Não habito esse corpo
Não tenho essa idade
Não sou o que me sobra
Na criação da minha realidade

Pois, acredito nas flores que estão no quadro


The Door´s
Love Street
Rua do Amor



Ela mora na rua do amor
Passa muito tempo na rua do amor
Ela tem uma casa e um jardim
Eu gostaria de saber o que acontece


Ela tem vestidos
E ela tem macacos
Lacaios preguiçosos enfeitados com diamantes
Ela é sábia
E sabe o que fazer


Ela tem a mim e ela tem a você
Vejo que você vive na rua do amor
Há uma loja onde as criaturas se encontram
Eu fico imaginando o que eles fazem lá
Domingo de verão e um ano
Eu acho que gosto disso
Até agora


Ela mora na rua do amor
Passa muito tempo na rua do amor
Ela tem uma casa e um jardim
Eu gostaria de saber o que acontece

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Re - Inventando Espaços VI, por Therence Santiago


Tempo em 3d (Therence SAntiago)



Tempo que mostra a pele quente
Que sente a primavera no inverno
Meio que cria o movimento
Do mesmo tempo que quero

Tempo que passa no espelho
No compasso da boca quente
Pernas abertas ao desejo
Que se esconde no lado de dentro da mente.

Tempo flutuante
Na ilusão real do olhar
Que fita o corpo caliente
Na outra possibilidade de amar.




quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Re - Inventando Espaços V, por Therence Santiago



Ando pensando ultimamente no conceito de relações e dessas com o que se conhece como amor. Penso muito hoje como as pessoas encaram esse fenômeno. O imaginário coletivo se apresenta cada vez mais complexo e rápido. Estamos em épocas de esquecimentos, épocas de imediaticidade. Na realidade seguindo a idéia de Baudrillard realmente estamos vivendo em simulações do real, penso que já não da mais para saber a diferença entre o real e a simulação. Esse raciocínio se estende, por exemplo, também no campo das relações amorosas, sinto que é necessário re-inventar a idéia de amor, pois, a antiga está fracassada rsrs, Nietzsche anuncia a morte de Deus, Foucault do Homem, eu rsrsr a morte do Amor, pelo menos em uma perspectiva tradicional. Li outro dia um artigo de um psicanalista o qual tentava defender a idéia de manutenção da instituição família, dizendo que ela ainda tem vida, pelo menos uma sobre – vida, que as pessoas devem acreditar nela, no entanto, diversas estatísticas mostram que as famílias na concepção tradicional da palavra estão acabando. O mundo na contemporaneidade apresenta quadros conflitantes em se tratando das representações sociais. Estamos na era do descartável, se descarta comida, bebida, roupas, garrafas, aparelhos eletrônicos, sonhos, lembranças, sensações, ternura, pessoas, em fim, se descarta o próprio amor, pois, segundo teorias da pós-modernidade ele de fato não existe. Foucault defende que o sujeito desapareceu junto com seu discurso atrelado a idéia de sujeito, penso que com a morte do homem, o amor se foi também, pelo menos no modelo Platônico. Devemos refletir sobre uma nova estética do amor, tentando re - inventá-lo, tanto em sua forma, quanto em seu espaço existente.        


 Hot Stuff (Donna Summer)

Sittin' here eatin' my heart out waitin'
Waitin' for some lover to call
Dialed about a thousand numbers lately
Almost rang the phone off the wall
CHORUS:
Lookin' for some hot stuff baby this evenin'
I need some hot stuff baby tonight
I want some hot stuff baby this evenin'
Gotta have some hot stuff
Gotta have some lovin' tonight
I need hot stuff
I want some hot stuff
I need some hot stuff
Lookin' for a lover who needs another
Don't want another night on my own
Wanna share my love with a warm blooded lover
Wanna bring a wild man back home

Tradução
Alguém Quente
Sentado aqui comendo meu coração esperando
Esperando que alguma pessoa ligue
Disquei uns mil números ultimamente
Quase arranquei o telefone da parede

(Refrão)
Procurando por alguém quente, baby, esta noite
Eu preciso de alguém quente, baby, esta noite
Eu quero alguém quente, baby, esta noite
Tenho que ter alguém quente
Tenho que ter algum amor esta noite
Eu preciso de alguém quente
Eu quero alguém quente
Eu preciso de alguém quente

Procurando por uma pessoa que precise da outra
Não quero outra noite sozinho
Quero dividir meu amor com alguém de sangue quente
Quero trazer alguém selvagem para casa

Sentado aqui comendo meu coração, sem razão
Não vou passar outra noite sozinho
Disquei uns mil números, baby
Sou obrigado a achar alguém em casa