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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 18, por Therence Santiago


Isso que está acontecendo no Rio me faz pensar sobre uma idéia apresentada semanas atrás em uma peça no Galpão dos Folias - chamada palhaços. A peça basicamente trata da existência humana e suas intermináveis intempéries. Confesso que me perturbou profundamente assistir a invasão da policia na Vila da Penha e os traficantes esperando a entrada da mesma para o combate, tal fato me deixou muito triste, me fez chorar e pensar sobre a questão da existência humana. O tempo cada vez está mais rápido, a pressa do cotidiano invade tudo, as sensações estão flutuantes e incompreensíveis nas sociedades do espetáculo, o mundo realmente parece ter virado de cabeça para baixo, pessoas morrem de bala perdida - dentro de casa, voltando do trabalho ou da escola, enfim, simplesmente morrem. Penso aqui no alto da minha infinda ignorância - qual é a real razão de tudo isso? Do que é feito o ser humano hoje? O que compõem o imaginário coletivo de todos? Será que  entendemos realmente o verdadeiro significado de algumas palavras como; amor, ódio, paz, guerra, esperança, solidariedade, egoísmo, ganância, doação, violência, amor?
É algo a se pensar, entendo que precisamos de uma alfabetização, não somente das letras, mas sim, da alma....



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 17, por Therence Santiago



...Simples assim; a música toma conta, sinto tanto que não caibo em mim, penso em poemas, em tons, em sensações, em explosões intermináveis de possibilidades. Penso em um grande quadro intenso, um Pollock expandindo, provocando uma sede insaciável, algo amargamente doce que vem me consumindo, uma sede de arte me invade, uma vontade de cheiros de Afrodite em todas as partes. De fato, ando tão a flor da pele, que acho que vou enlouquecer...



“O homem nasceu para o prazer: ele sente-o e não precisa de mais provas. Ele segue assim a razão, entregando-se ao prazer”.

Autor: Pascal , Blaise

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 16, por Therence Santiago


Essa madrugada assisti um filme nacional bem legal chamado Estomago. A história se passa em São Paulo, consiste na vinda para cá de um nordestino cozinheiro que sem ter onde morar acaba aceitando um emprego em um boteco sujo, suas coxinhas e seus pasteis fazem o maior sucesso, até que um italiano dono de um restaurante bem legal resolve contratá-lo e ensinar-lhe a arte de cozinhar. Nesse meio tempo Nonato (esse era o nome do protagonista) conhece uma garota de programa e se apaixona por ela, os dois desenvolvem um relacionamento intenso e complicado. Nonato tomado pelo amor a sua garota de programa propõem casamento a mesma. Véspera de casamento, Nonato pega sua futura esposa fazendo um programa no restaurante do seu grande mentor culinário, tal fato desnorteia o protagonista, no entanto, o fato principal que desencadeia a razão de toda trama atrela-se ao fato de Nonato presenciar um beijo entre sua futura esposa e seu amante, isso para Nonato foi pior que tudo, pois, sua noiva lhe dissera que não beijava nenhum cliente. Tomado de uma fúria incontrolável, Nonato pega na cozinha uma faca e mata os dois.

A questão que mais me chamou atenção é como algumas coisas aparentemente pequenas para algumas pessoas têm importância extrema para outras, segundo Michel Mafessoli, vivemos nas sociedades dos signos, dos símbolos, junto com isso, as questões agregadas a esses dois fatores tem importâncias impares nas vidas das pessoas. Penso que na realidade não é o que se faz, mas sim, como se faz, pois, algumas questões simbólicas têm o peso do mundo em si, possuem a força de destruírem tudo, inclusive a capacidade de pensar e agir de maneira racional, fato esse bem explorado no filme citado acima.

O filme se passa em boa parte na cadeia, lugar onde vai parar nosso protagonista, dentro dela o enredo se desenvolve, contando a trajetória de Nonato até aquele momento, ele aprisionado, por conta de um amor enlouquecido percebe a importante relação simbólica entre o alimentar e os poderes simbólicos pertinentes a tal arte. De fato, as relações de forças entre as questões simbólicas e o imaginário das pessoas movem o mundo, para o bem ou para o mal, ou segundo Nietzsche, para além do bem e do mal...
“Nos tempos que correm a maior parte das pessoas morrem de uma espécie de bom senso servil e descobrem demasiado tarde que não existem mais do que irremediáveis erros”. (Wilde, Oscar)



 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Re - Inventando Espaços 16, por Therence Santiago


O final de semana passado foi bem intenso, festa, teatro, festa, cinema (e outras coisinhas mais rsrsrsrs). Assisti com a minha vermelha e linda namorada uma peça no qual o texto é uma adaptação do fantástico e revoltado Marquês de Sade. Justine era o nome da peça (esse espetáculo está em cartaz no espaço Satyros 2). Tal espectáculo trata da questão da natureza humana e como em determinados momentos (no texto da peça quase todos) bem e mal são as mesmas coisas, e que existe uma relação de certa forma harmônica e de dependência entre um e outro (no entanto no fim o mal sempre vence, mas isso, discutiremos depois).

Fomos a duas festas distintas, porem, bem legais, pessoas diferentes, com formações diferentes, no entanto, todas muito inspiradas no quesito diversão, bem legal. Dançamos ao som de Tim Maia, Amy, Cazuza, The Doors em uma festa, e Gretchem(nem sei se é assim que se escreve rsrsr), música pop dos anos 80 a Funk (que ninguém saiba disso rsrsrs, mas isso foi efeito do álcool que por sinal não foi pouco rsrsrs) na outra. Por fim no Domingo assistimos a um filme nacional bem triste, o filme chama-se Como Esquecer com a Ana Paulo Arósio no papel da protagonista (uma professora Universitária que é abandonada pelo seu grande amor) confesso que o roteiro desse filme é bem interessante, e de certa forma me perturbou bastante. Engraçado como meio que sem querer a peça de teatro na sexta e o filme no domingo trataram cada um de sua maneira e com estéticas bem diferentes sobre a mesma coisa, e no meio de tudo isso (entre um e outro) rolou muita frenesi, êxtase e intensidade.

Como a vida é realmente plural, em um único final de semana uma miscelânea de sensações. Não sei se isso é bom ou ruim, prefiro não pensar muito nisso, prefiro transitar (seguindo um conselho da minha namorada) no meio, sempre no meio, pois, segundo Foucault ‘tudo acontece no meio’.

Em tempo; a ideia de Foucault sobre a importância do meio não está relacionada a ideia de metade, está de fato atrelada a ideia de processo, movimento, o meio é o que dá sentido, pois, constrói ou Dês - constrói a razão do começo e do fim...





 


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 15, por Therence Santiago


Suave Embriagues
(Therence Santiago)

Público aos poucos / pedaços poucos / cheios de mim / Escrevo os anseios tortos / fragmentos roucos / vozes de meus desejos / Pratico a antropofagia / sem muita alegria / corro em busca de abrigo / no olhar sedutor do meu inimigo / Transito em linhas tênues de quimeras transparentes abastecidas de absinto / Bêbedo / sou reflexo desbotado do meu eu / escultura cubista / metáfora incompreendida / escondida.

"Um homem deve ter pelo menos dois vícios. Um só é demasiado".
Autor: Brecht , Bertolt