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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Re - Inventado Espaços 16, por Therence Santiago


Essa madrugada assisti um filme nacional bem legal chamado Estomago. A história se passa em São Paulo, consiste na vinda para cá de um nordestino cozinheiro que sem ter onde morar acaba aceitando um emprego em um boteco sujo, suas coxinhas e seus pasteis fazem o maior sucesso, até que um italiano dono de um restaurante bem legal resolve contratá-lo e ensinar-lhe a arte de cozinhar. Nesse meio tempo Nonato (esse era o nome do protagonista) conhece uma garota de programa e se apaixona por ela, os dois desenvolvem um relacionamento intenso e complicado. Nonato tomado pelo amor a sua garota de programa propõem casamento a mesma. Véspera de casamento, Nonato pega sua futura esposa fazendo um programa no restaurante do seu grande mentor culinário, tal fato desnorteia o protagonista, no entanto, o fato principal que desencadeia a razão de toda trama atrela-se ao fato de Nonato presenciar um beijo entre sua futura esposa e seu amante, isso para Nonato foi pior que tudo, pois, sua noiva lhe dissera que não beijava nenhum cliente. Tomado de uma fúria incontrolável, Nonato pega na cozinha uma faca e mata os dois.

A questão que mais me chamou atenção é como algumas coisas aparentemente pequenas para algumas pessoas têm importância extrema para outras, segundo Michel Mafessoli, vivemos nas sociedades dos signos, dos símbolos, junto com isso, as questões agregadas a esses dois fatores tem importâncias impares nas vidas das pessoas. Penso que na realidade não é o que se faz, mas sim, como se faz, pois, algumas questões simbólicas têm o peso do mundo em si, possuem a força de destruírem tudo, inclusive a capacidade de pensar e agir de maneira racional, fato esse bem explorado no filme citado acima.

O filme se passa em boa parte na cadeia, lugar onde vai parar nosso protagonista, dentro dela o enredo se desenvolve, contando a trajetória de Nonato até aquele momento, ele aprisionado, por conta de um amor enlouquecido percebe a importante relação simbólica entre o alimentar e os poderes simbólicos pertinentes a tal arte. De fato, as relações de forças entre as questões simbólicas e o imaginário das pessoas movem o mundo, para o bem ou para o mal, ou segundo Nietzsche, para além do bem e do mal...
“Nos tempos que correm a maior parte das pessoas morrem de uma espécie de bom senso servil e descobrem demasiado tarde que não existem mais do que irremediáveis erros”. (Wilde, Oscar)



 

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