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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Re - Inventando Espaços 12 por Therence Santiago

Noites de Babel

Ando pensando muito ultimamente nos espaços e seus potenciais sentidos. Percebo, no entanto, que muitos deles não são compreendidos ou são dês – configurados esteticamente e conceitualmente. Venho frequentando alguns bares nos últimos tempos, observando muito as pessoas, é impressionante o tanto de coisas interessantes que podemos encontrar em tais lugares, o que mais me chama a atenção é a relação das pessoas com o álcool, como todos precisam de certa forma de se libertar das amarras conceituais e comportamentais, daí talvez a necessidade da bebida, não acho isso errado, pelo contrário, a ideia deve ser mesmo permissão, o problema que vejo na realidade não está no consumo, mas sim na maneira como se consome - não no sentido quantitativo e sim no sentido atrelado as sensibilidades, o álcool deve ser um estimulante no processo e não seu fim, pois, do contrário se tem mais anestesias do que sinestesias. Seguindo o raciocínio, percebo também o surgimento de diversas paixões em tais ambientes, amores eternos que dura uma noite, um beijo, uma pegada de jeito, em fim, breves e intensos momentos, os quais estão repletos de promiscuidades (no sentido legal da palavra). Essa é a questão, como se mensura a intensidade? Como se sabe sobre o amor? Como se entende as pessoas? Uma das coisas mais legais da pós – modernidade está relacionada às diversas possibilidades sensitivas que temos, no entanto, poucas pessoas realmente experimentam a capacidade hiperealizada de sentir de verdade, buscam breves prazeres, os quais quase sempre estão desprovidos de intensidade, de forma e permissão, simples fugas do tédio que as consomem. Existe poesia em tudo, basta só trabalhar a pele e a visão para isso, essa é a ideia, sensação, nem que seja barata, profana ou depravada, o que importa é sentir de verdade.



Juras secreta 18
Artur Gomes


te beijo vestida de nua
somente a lua te espelha
nesta lagoa vermelha
porto alegre caís do porto
barcos navios no teu corpo
peixes brincam no teu cio
nus teus seios minhas mãos


e as rendas íntimas que vestias
sobre os teus pêlos ficção
todos os laços dos tecidos
e aquela cor do teu vestido
a pura pele agora é roupa
e o baton da tua boca
e o sabor da tua língua
tudo antes só promessa
agora hóstia entre os meus dentes
para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado


se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa





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