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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ensaio sobre o Dês - Controle, por Therence Santiago

Medieval

Cazuza
Composição: Cazuza / Rogério Meandro

Você me pede
Pra ser mais moderno
Que culpa que eu tenho
É só você que eu quero

Às vezes eu amo
E construo castelos
Às vezes eu amo tanto
Que tiro férias
E embarco num tour pro inferno
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média

Olha pra mim, me dê a mão
Depois um beijo
Em homenagem a toda
Distância e desejo

Mora em mim
Que eu deixo as portas sempre abertas
Onde ninguém vai te atirar
As mãos vazias nem pedras

Eu acredito nas besteiras
Que eu leio no jornal
Eu acredito no meu lado
Português, sentimental
Eu acredito em paixão e moinhos lindos


Mas a minha vida sempre brinca comigo
De porre em porre, vai me desmentindo


...o tempo todo temos a vaga noção de controle, achamos que controlamos de certa forma tudo, quanto mais passa esse mesmo tempo, sinto que de fato não temos o controle de nada, não a nada mais fora do controle do que a vontade de controlar as coisas, é da natureza humana ter sentimentos dês-controlados, a unica certeza que hoje tenho é que existe uma linha tênue entre razão e loucura, amor e ódio, perdão e julgamento, em fim, o ser humano sempre se mostra  menos humano, talvez essa seja uma caracteristica latente da pós -modernidade. Ouvi outro dia que todo tempo vivido pode ser deletado, simples assim, essa é uma palavra nova, vem junto com o pacote da 'era digital. virtual, on line', no entanto, sempre penso que as pessoas estão conectadas de fato, conectadas a falta de sensibilidade, penso se realmente existem ainda possibilidades de sintonia, uma vez Marshall Berman em um lindo ensaio filosófico deu vida nova a idéia de Marx de que 'tudo que é sólido se desmancha no ar', lembrei desse livro a pouco tempo, e não é que penso muito em seus escritos atualmente, percebo que realmente tudo se desmancha no ar, tudo tem um tempo hábil, um prazo de validade, e essa validade cada vez que o tempo se desenrola acaba mais rápido...o passado é simplesmente o presente / futuro disfarçado pela noção atemporal de tempo que desenvolvemos, uma certa ilusão de ótica, é como um espelho apontado para outro espelho refletindo o próprio reflexo...um vazio enorme que expande....

obs: em tempo; sinto tanto que não caibo em mim....


Poema
Ney Matogrosso
Composição: Cazuza / Frejat

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo /Eu acordei com medo e procurei no escuro /Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo /Porque o passado me traz uma lembrança /Do tempo que eu era criança /E o medo era motivo de choro/ Desculpa pra um abraço ou um consolo /Hoje eu acordei com medo mas não chorei /Nem reclamei abrigo /Do escuro eu via um infinito sem presente /Passado ou futuro /Senti um abraço forte, já não era medo /Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim /De repente a gente vê que perdeu /Ou está perdendo alguma coisa /Morna e ingênua /Que vai ficando no caminho /Que é escuro e frio mas também bonito /Porque é iluminado /Pela beleza do que aconteceu /Há minutos atrás






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